Última alteração: 2018-06-26
Resumo
OBJETIVO: Este estudo analisa a relação entre a ocorrência de dias com temperaturas extremas e o aumento nos casos de infarto do miocárdio (I21 –CID10) em idosos acima de 60 anos na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), de acordo com o cálculo do risco relativo. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) dias com temperaturas muito destoantes das médias registradas historicamente representam fenômenos extremos, a ocorrência desses eventos tem se tornado mais freqüente nos últimos anos devido às mudanças climáticas. Além disso, tem-se o crescimento evidente da população acima de 60 anos no Brasil. Para a análise foram utilizados dados diários de mortalidade, disponibilizados no sistema de dados do SUS – Sistema Único de Saúde (DATASUS), e dados meteorológicos obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), sendo estes de temperaturas máximas e mínimas. O período de estudo compreende 16 anos (1996-2012) de dados diários analisados em três estações, localizadas na RMC. Dias sem dados meteorológicos foram preenchidos através de interpolação linear. Para a análise utilizou-se as variáveis meteorológicas como explicativas para o desfecho de mortalidade, visando obter as associações estatisticamente significativas. A regressão com distribuição binomial negativa foi escolhida para esse estudo, pois esse modelo é mais adequado nesses casos, minimizando a superdispersão através de um parâmetro que corrige a variabilidade dos dados (ALVARENGA, 2013). Com o parâmetro beta obtido do cálculo da regressão foi possível estimar o risco relativo (COELHO e MASSAD, 2012), que para os idosos acima de 60 anos na região metropolitana de Curitiba foi de 1,15 para as máximas com intervalo de confiança (1,0734 – 0,9605) para um aumento de 10°C, e 1,032 (1,037 – 0,925) para as mínimas.