OBJETIVO: O descarte de fármacos no meio ambiente é preocupante, pois apresenta risco a saúde humana e dos ecossistemas. Os antibióticos residuais no meio ambiente propiciam o desenvolvimento da resistência antimicrobiana, caracterizada pela capacidade das bactérias serem tolerantes aos efeitos dos antibióticos. Esta pesquisa estudou a degradação do antibiótico tetraciclina mediante o emprego de uma fonte artificial de irradiação por fotólise direta. MÉTODOS: Soluções aquosas em água ultrapura e esgoto tratado foram fortificados com o analito. As variáveis pH e concentração inicial foram previamente otimizadas empregando delineamento 2² com pontos centrais, sendo as determinações analíticas realizadas por calibração externa em espectrofotômetro Uv-Vis. As taxas de reação e os tempos de meia-vida foram obtidos pelo ajuste dos dados experimentais à modelos cinéticos de pseudo-primeira e pseudo-segunda ordem considerando o melhor R². RESULTADOS: A otimização indicou a concentração de 5 mg L^-1 e o pH 10 como mais adequados, sendo estes utilizados em todas as etapas posteriores. Observou-se uma maior degradação da tetraciclina em matrizes ambientais complexas, como esgoto e águas superficiais. A fotodegradação apresentou melhor ajuste ao modelo de pseudo-primeira. Foi observada meia-vida de 53 min na fotólise artificial em água (k1= 0,013 min-1). Em esgoto, foi observada maior facilidade de para a fotólise, onde a meia-vida foi 24 min (k₁= 0,03 min^-1). CONCLUSÕES: A aplicação da fotólise direta para a degradação da tetraciclina em soluções aquosas contaminadas é um método promissor. Os tempos de meia vida e taxas de reação (k) apresentaram semelhanças com alguns estudos pioneiros, apesar da dificuldade de comparação quanto à variação das condições experimentais.