Última alteração: 2020-09-20
Resumo
O presente estudo conduzido na perspectiva da história cultural (Chartier, 1990) tem por objetivo investigar orientações ao uso de materiais didáticos para ensinar frações no curso primário presentes em manuais e revistas pedagógicas durante a vaga pedagógica da escola nova. A pesquisa se amparou em autores como Hofstetter (2017) – saberes profissionais, Valente (2013) – história da educação matemática, Souza (2013) e Carrillo Gallego e Sanchéz Jiménez (2012) – materiais didáticos. A análise desses possibilitou compreender que os autores da época primavam pelo trabalho com saberes profissionais para ensinar frações, materiais didáticos tais como papéis coloridos em formatos geométricos, flanelógrafos, garrafas, réguas, balanças, cartazes, relógio, dinheiro, tabela de equivalência quadro das frações e material Cuisenaire, antes de se chegar à abstração, e que estes manuais traziam sugestões visando adequar os problemas da matemática à compreensão pelas crianças. Nesse sentido, os estudos mostram que os materiais didáticos não são a solução de todos os problemas, o seu mau uso pode prejudicar a aprendizagem, inclusive. Além disso, não necessariamente precisam ser sofisticados, pelo contrário, o mais importante é a participação ativa no uso e manuseio por parte das crianças, de forma viva, sempre de acordo com as propriedades matemáticas das frações que se deseja estudar.