Última alteração: 2021-10-19
Resumo
A indústria de celulose brasileira é bastante relevante e segue em crescimento. Durante o processo de produção, no entanto, são gerados diferentes contaminantes associados à média de 30m3 de efluentes por tonelada de celulose produzida. Para minimizar os efeitos nocivos destes no meio ambiente, é realizado o tratamento biológico do efluente prévio a sua descarga. No marco do tratamento biológico, tem-se o processo de bioaumentação, que potencializa as espécies microbiológicas capazes de degradar os contaminantes presentes nessas matrizes. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar do tratamento do efluente Kraft por processo de bioaumentação com bactérias nativas do efluente de celulose com capacidade de remover compostos específicos. Foram utilizadas as espécies bacterianas Bacillus pumilus e Advenella kashmirensis previamente isoladas de um sistema de tratamento biológico de reator aeróbico de leito móvel (MBBR). Foi avaliada a remoção dos parâmetros demanda química de oxigênio (DQO), cor, compostos fenólicos totais (CFT) e compostos derivados de lignina, por tratamento de bioaumentação, resultando em remoções máximas de 37,6%, 60,3%, 26,8% 43,4% de DQO, cor, CFT e compostos lignínicos, respectivamente. O tratamento realizado por bioaumentação com as espécies selecionadas se mostrou promissor na remoção de matéria orgânica e compostos específicos de efluentes de celulose, superando o desempenho do sistema controle, sem a adição das bactérias.