A ecomorfologia estuda a relação entre a forma do corpo dos organismos e os ecossistemas. Neste estudo foram analisadas as variações ecomorfológicas de Geophagus brasiliensis coletados em um riacho urbano (Cambé) e um rural (Taquara) localizados no município de Londrina (PR), bem como discutidas as suas relações com as características físicas desses ambientes. A amostragem dos peixes foi realizada com pescas manual e elétrica. Foram estimados 22 índices ecomorfológicos. A Análise de Componentes Principais (ACP) foi aplicada para avaliar a diversificação ecomorfológica da espécie entre os riachos, a partir da correlação de Pearson utilizando os índices ecomorfológicos. A ACP revelou diversificação ecomorfológica entre os riachos, com os indivíduos do riacho urbano com maiores razões-aspecto das nadadeiras, corpos mais deprimidos e pedúnculos mais compridos, revelando maior potencial para imprimir velocidade contínua de natação. Por outro lado, os peixes do riacho rural apresentaram nadadeiras maiores e corpos mais comprimidos, o que implica em maior potencial de manobrabilidade em ambientes espacialmente mais heterogêneos. Conclui-se que as características físicas dos ambientes aquáticos tenderam a afetar a diversificação ecomorfológica de G. brasiliensis entre os riachos estudados, alterando a morfologia do corpo de seus indivíduos em relação à sua performance na exploração dos recursos naturais.