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Os conflitos constituem-se como elementos importantes na leitura do espaço urbano, ao fornecerem outro retrato das cidades, por vezes não enunciados nas plataformas governamentais. Possuem a capacidade de expressar lutas sociais e, em alguns casos, apontam para uma forma de grupos dominados constituírem-se como sujeitos políticos. Podem ainda gerar identidade, projetos, práticas coletivas e mobilizar a própria ação política de diversos agentes. Portanto, o presente trabalho tem por objetivo compreender os protestos por moradia ocorridos em Curitiba entre 2017 e 2019. Busca enunciar quem são os atores envolvidos, suas motivações, que tipos de manifestações derivam desses conflitos e onde eles se originam. Para isso, foi utilizado o banco de dados denominado MapCon,  do Observatório de Conflitos Urbanos de Curitiba, parte constituinte de uma rede de pesquisa internacional, que além de identificar os conflitos, busca compreender seus desdobramentos e as transformações que produzem na cidade e na política urbana. Como resultado, nota-se que, frente à baixa prioridade com que tais reivindicações são tratadas, os protestos expressam os regressos do contexto político atual, com menor horizonte ao direito à moradia. E ainda, em casos específicos apontam a dificuldade de identificar a moradia como um direito social.

Análise espacial. Segregação urbana. Habitação.