Última alteração: 2018-11-29
Resumo
A obra épica-narrativa, do escritor maranhense Sousândrade, O Guesa, que por muito tempo foi considerado um dos poetas “menores” do Romantismo brasileiro, é, atualmente, considerado pela crítica como um autor à frente do seu tempo. Entretanto, ainda é um grande desafio para os estudiosos por tratar-se de uma leitura densa e complexa, além de que seu processo de composição e a influência estrangeira na obra rompem com o movimento romântico e linguístico da época. Esse rompimento pode ser encontrado no tema da viagem e na visão realista do índio, e não romantizada como a de Alencar por exemplo, temas esses que apontam as antecipações modernas do poeta a serem apresentadas neste projeto. Encontradas também no herói peregrino e protagonista do poema, baseado de um mito dos índios muíscas da Colômbia, que faz parte do processo de construção de um imaginário geográfico sobre a América Latina e o Brasil. Consequentemente, este projeto busca, também, a tentativa de estabelecer o pan-americanismo em O Guesa, visto que o autor admirava o regime republicano na América do Norte, em detrimento da Monarquia brasileira, e o indianismo em sua obra é fruto de uma inovadora mistura de gêneros transamericanos dentro da perspectiva da viagem.