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A naturalização da violência e a contação como forma de resistência em Becos da memória, de Conceição Evaristo
Última alteração: 2021-10-09
Resumo
Essa pesquisa visa à leitura e análise de violências raciais, sociais e patriarcais no romance Becos da memória (2006), da escritora Conceição Evaristo, empregando as discussões teóricas presentes em Memórias da plantação (2008), de Grada Kilomba; A elite do atraso (2019), de Jessé Souza e A permanência do círculo (1987), de Roberto Reis.. A obra apresenta a tensa situação de despejo vivenciado por vários habitantes de uma favela pela perspectiva narrativa de Maria Nova, uma menina de treze anos. Sob o signo da opressão social e étnica apresentada no romance, Maria Nova representa uma figura de resistência do local. Além disso, sua narrativa acaba entremeada pela contação das histórias de amigos, familiares e conhecidos. Seu desejo de contar as histórias, a fim de preservar a identidade cultural e relatar as lutas dos seus, torna-se ato de combate às opressões sofridas pelas personagens da narrativa. Em síntese, este estudo, que funde discussões literárias e sociológicas para a abordagem do romance de Evaristo, aponta para a continuidade de valores escravocratas na sociedade contemporânea brasileira cruelmente expostos no romance analisado.
Palavras-chave
Violência; resistência; mulher preta; contação; silenciamento.
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